quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Tavapensandoaqui nas fotos 3x4

Tavapensandoaqui nas fotos 3x4. Aquelas que vão à carteira de identidade ou de trabalho. A nossa cara nessas fotos é aquela que não queremos mostrar para ninguém. Nestes tempos de selfie, todos com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, as fotos 3x4 deveriam seguir a tendência. Já imaginou a sua foto do perfil do Facebook ilustrando a sua carteira do trabalho? Recentemente tive que tirar fotos 3x4 (impressas) e acabei adiando o máximo possível. No penúltimo dia, acabando o expediente, saí para procurar um lugar para tirar fotos 3x4 e encontrei uma lojinha no bairro com uma cabine fotográfica. Uma senhora chinesa me atendeu. Penteei-me ao espelho (com as mãos) e sentei-me sorridente no banquinho que fica dentro da cabine de fotografia. Ela mandou-me ajeitar o ombro e mandou desencostar do forro da parede da cabine, que saiu do lugar com a minha encostada. Ela com a cara bem fechada, arrumou o encosto da cabine e mandou-me não encostar de novo. Resolvi obedecer para não ser espancado pela simpática figura. Ela mirou a lente da camêra e disse “não sorria”. Ploft! Você por acaso já tentou tirar uma selfie sorrindo e alguém te dizer “fique sério”? Pois então tente. É um resultado assustador. Foi com essa cara que saiu minha foto. Cinco minutos depois estavam prontas. Em casa, conferi a documentação que seria necessária para completar a ficha da tal instituição que eu queria adentrar e li: foto 3x4 de terno e gravata. Ops. Apesar da cara séria, a foto com a camiseta polo tinha ficado boa. Não a publicaria no Facebbok, mas dava para o gasto. Dia seguinte, resolvi voltar na loja da “simpatia” para fazer nova seção de fotos. Levei paletó e a gravata para colocar na hora da foto. Afinal, se eu fosse trabalhar com paletó e gravata o patrão iria logo desconfiar que eu estivesse à procura de emprego. Cheguei cedo à porta da chinesa simpática, mas ainda estava fechada. O vizinho estava aberto. Perguntei o horário de abertura das lojas por ali e ele me disse que somente abririam às 10h. Ele abriu antes, uma exceção. Peguei o carro e no caminho do trabalho passei na rua onde fica o Consulado Americano. No estacionamento próximo, uma placa anunciava que tirava fotos. Parei na rua mesmo e desci para ir ao estacionamento. A entrada do estacionamento era estreita para passagem de um carro por vez. Na lateral ficava o balcão onde o atendente anotava a placa do veículo e logo em seguida ficava um armário com prateleiras. Perguntei sobre foto 3x4. O tiozinho disse que tirava também (no passaporte a foto é maior, acho que é 7x5). Falei que queria meia dúzia de 3x4. O tiozinho, que estava em forma (de barril) e trajava calça social e camisa social branca com mangas curtas, pegou a máquina na prateleira embaixo do balcão e mandou-me ficar em pé de costas para a parede branca do estacionamento entre um HB20 branco e um Celta grafite. Eu tinha ido sem a gravata e coloquei na hora, sem ter um espelho para me pentear e nem para olhar se a gravata estava certa. Preparei-me com um sorriso, o tiozinho apontou a câmera e falou “fique sério”. Ploft! Pronto. Cinco minutos depois a foto estava pronta. Saiu na impressora ao lado do balcão. Um instrumento cortou as fotos 3x4. Quatro fotos saíram com espaço em branco maior na parte de cima e outras quatro saíram com mais gravata torta na parte de baixo. E pronto. Cara séria, sem glamour. Não adianta a evolução das fotografias, as fotos dos documentos ainda serão as piores fotos que você tira na vida. Não acham? Tava pensando aqui...

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