quarta-feira, 15 de junho de 2016

Tavapensandoaqui na evolução do CPD para empresa de Soluções de TI

Tavapensandoaqui na evolução do CPD para empresa de Soluções de TI. (Crônica de um ano atrás, agora no livro #tavapensandoaqui)
A evolução do CPD já aconteceu e agora vem o seu retrocesso como carreira na área de TI. O Centro de Processamento de Dados – CPD - era o nome pomposo do local onde ficavam os computadores mainframe (computadores de grande porte) no século passado e todas as grandes empresas tinham orgulho de mostrar aos clientes, fornecedores e concorrentes.
No CPD envidraçado para todos verem, trabalhavam profissionais bem remunerados para fazer as informações ficarem organizadas e fluírem de forma correta dentro da empresa. Grandes computadores ocupavam salas refrigeradas, esterilizadas e com cabeamento subterrâneo para manter funcionando os caríssimos equipamentos.
Um programador em inicio de carreira ganhava por mês oito vezes o valor de uma mensalidade de Faculdade de Engenharia (eu próprio).
De CPD a área passou a chamar Informática. Nesta época chegaram os PC, Personal Computers com seus vídeos cabeçudos, suas impressoras matriciais portáteis e seus abafadores de ruído enormes, verdadeiros trambolhos.
De Informática a nomenclatura evoluiu para Soluções de TI – Tecnologia da Informação.
E o telefone celular de hoje tem mais capacidade de processamento do que tinha um CPD antigo. E o técnico em TI hoje ganha pouco mais que uma mensalidade de uma Faculdade de Engenharia.
O que aconteceu entre o tempo do CPD e a atual fase de Soluções de TI?
Aconteceu que as grandes empresas inventaram que deveriam trabalhar apenas no seu nicho de sua especialização e retiraram de dentro de si os profissionais que não tinham nada a ver com a sua atividade principal.
Por exemplo, um Banco ou Fábrica não precisam de uma profissional que varre o chão, limpa os móveis e os banheiros. Terceirizou.
Não precisa de alguém para fazer o cafezinho e o almoço do pessoal. Terceirizou. Não precisa de um segurança. Terceirizou. Não precisa de um especialista em eletricidade e ar-condicionado. Terceirizou. Não precisa de um profissional de TI. Terceirizou.
O que aconteceu em comum com todas estas profissões? Uma faxineira de uma grande empresa ganhava melhor e tinha os benefícios que essa empresa dava. Perdeu tudo. Uma cozinheira e um garçom? Idem. Um segurança? Idem. Um mecânico e eletricista de manutenção? Idem. Um profissional de TI? Idem.
E hoje o profissional de Tecnologia de Informação é considerado um prestador de serviço igual aos outros com a diferença que não usa uniforme. Ainda. E vai piorar.
Em recente conversa com uma amiga, falamos que os pequenos projetos podiam ser o futuro e que a mão de obra seria contratada para realizar o projeto e parar um pouco para ser contratada para outro projeto mais a frente.
Eu comparei essa situação a contratação que fazemos de mão de obra para reformar nossa casa. Contratamos pedreiros para fazer um trabalho de poucos meses, mas ele ganha pouco e aceita um trabalho paralelo para poder compensar o pouco que ganha.
E nesse meio tempo ele se desdobra para fazer os dois trabalhos e falta uma vez aqui e outra ali para dar conta do recado sendo que o serviço acaba saindo com reclamação do cliente e baixa qualidade. Vai acabar acontecendo isso com o profissional de TI.
Outra conversa recente foi para comentar do salário baixo oferecido para profissionais de TI de hoje. Um amigo comentou que se for ganhar o que estão propondo sendo ele que é um profissional poliglota, certificado e capacitado em várias especialidades vai trabalhar por conta em profissões menos nobres para ganhar mais.
Sinto pena. Que lástima. Decadência de um setor onde a inteligência era valorizada e hoje perdeu seu encanto. Tava pensando aqui...

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