Tavapensandoaqui na
qualidade ruim do serviço nos tempos de crise. Nos estabelecimentos comerciais
de uma forma geral. Costumo ser bem atendido na maioria das vezes, mas na época
atual de crise que estamos vivendo alguma coisa tem mudado. Eu passo por diversos
postos de combustível diariamente e vejo muitos frentistas aguardando a chegada
de algum veículo para abastecer. Acredito que o movimento diminuiu e que estes
estabelecimentos dispensaram vários profissionais para diminuir custos assim
como fizeram diversos outros estabelecimentos. Como exemplo, eu tomo café num
quiosque todo fim de semana. Três moças faziam o atendimento e no meio do ano
passado uma foi dispensada e a partir de lá só duas fazem o atendimento. Se um
estabelecimento presta o serviço com uma quantidade de pessoas e reduz essa
quantidade, é de supor que em algum momento de pico de clientes a qualidade do
atendimento tenderá a cair. Semana passada indo ao serviço de carro, o trânsito
parou na direção que eu ia, então eu decidi ir pela transversal pegando um
atalho pelo posto de combustível da esquina. Fiz a conversão para entrar no
posto e em seguida entrar na rua transversal. Não gosto de fazer isso e quando
eu vejo alguém fazendo eu geralmente reprovo. Então ao entrar no posto resolvi
parar e pedir para calibrar os pneus. Fazia quase um mês que os pneus não
recebiam atenção. Dois frentistas conversavam. Um terceiro estava atrás daquele
balcão que recebe os pagamentos em cartão. Parei e pedi para calibrar. Os frentistas
que conversavam apontaram para a lateral do posto, indicando onde eu deveria ir
igual aquele comercial da TV que o cara aponta onde é o posto para pedir
informação. Olhei e achei que era encostado a um muro e quando passei em frente
da bomba de combustível escutei um berro e parei. O moço do balcão apontou que
na própria bomba tinha um compressor de ar. Desci do carro ficando entre as
duas bombas aguardando ser atendido. Nada. Pensei: “o papo deve estar bom, vou
fazer eu mesmo e pegar os cinco reais da gorjeta e comprar um café”. Peguei a
mangueira do compressor e fui desenrolando e calibrando os quatro pneus. Fazia
calor de 28 graus neste estranho começo de abril (outono) de 2016. Na rua uma
fila de carros aguardava o semáforo abrir e imaginei o que pensavam eles ao ver
um motorista vestido socialmente calibrando seu próprio veículo em um calor
desses com três frentistas de braços cruzados. Calibragem concluída eu vi meus dedos
pretos com a borracha da mangueira. Peguei o volante com as palmas da mão para
não sujá-lo e estacionei o veículo para entrar na lanchonete do posto e tomar
meu merecido café. Entrei e peguei um guardanapo para limpar os dedos. Visualizei
duas máquinas de café expresso, aquela manual onde o atendente faz o café e uma
automática. Pedi um café expresso da máquina manual. A atendente gritou para
dentro da loja perguntando se a máquina estava preparada. Disseram que não. Ela
disse: “moço, só dessa outra”. Gostei do “moço”. Aceitei e pedi um pão de
queijo, mas ao olhar para o local onde ficam não havia nada. Ela me disse que
estavam assando. Perguntou-me se eu queria o café na xícara. Confirmei. Ela
colocou uma xícara enorme de chá. Apertou o botão e saiu água suja. Ela abriu a
máquina, eu agradeci e me despedi dela dizendo que eu estava um pouco
apressado. E agora eu me pergunto e eu não me respondo: será que a qualidade do
serviço está pior porque temos menos funcionários trabalhando ou é porque os
funcionários que ficaram foram os funcionários errados? Tava pensando aqui...
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