sábado, 12 de dezembro de 2015

Tavapensandoaqui na minha primeira corrida de rua

Tavapensandoaqui na minha primeira corrida de rua.

Fui convidado a correr uma corrida de rua de 10 quilômetros. Eu jogava futebol, vôlei e tênis e tinha uma boa velocidade. Mas eu nunca havia corrido 10 quilômetros. Nem 5 quilômetros.
O valor necessário para a inscrição dava direito a um kit de corrida aonde vinham camiseta, boné, toalha e no final da corrida ainda tinha uma fruta, um isotônico e medalha.
Por coincidência o meu empregador resolveu promover entre os colaboradores essa mesma corrida que eu havia sido convidado e pela metade do valor da inscrição. E eles dariam também um kit com camiseta e boné além de uma barraca de apoio com café da manhã e massagem.
Bom, com essa pechincha de valor pela metade e kit em dobro lá fui eu me inscrever e encarar o desafio.
Em primeiro lugar eu precisava saber o que significava correr 10 quilômetros e assim eu resolvi descer até a academia do meu prédio para subir na esteira e começar a treinar.
Fiz alongamentos iniciais. Pedalei para aquecer. Passados 3 minutos pedalando eu cansei. Resolvi ligar a esteira e em mais 5 minutos eu estava cansado. Para finalizar o primeiro treino fiz abdominais. Deitei no colchonete e fiz quatro. Saí do treino decidido que ia conseguir fazer 10 quilômetros, custasse o custasse. Faltavam uns 40 dias para a prova.
Decidi que eu faria a corrida sem precisar ser recolhido pelo carro de apoio que recolhe os cones e as fitas demarcatórias no final da prova. Treinei diariamente aumentando cada vez mais o meu desempenho. Chegava a minha casa depois do trabalho e conseguia motivação para descer até a academia. Treinei umas duas vezes no parque Ibirapuera para ver como era correr ao ar livre.
Faltando uma semana da data da corrida eu já pedalava por quase 19 minutos e fazia esteira por mais 4 quilômetros na academia do prédio. Fazia alongamentos, quase 30 abdominais e fazia um pouco de musculação. O treino geralmente durava uma longa e penosa hora. Na TV passava a novela ou o jornal que eu assistia tentando me distrair sem sucesso.
Eu acabava os treinamentos sem estar cansado, mas sem paciência para continuar a treinar. Faltando 3 dias para a prova fiz 5 quilômetros em 45 minutos na esteira e parei sem estar cansado.
Fiz uma conta básica do tipo regra de três pensando que se eu corri 45 minutos e fiz 5 quilômetros, portanto em uma hora e meia faria 10 quilômetros. O carro dos cones deveria passar depois disso, portanto o meu desafio seria alcançado.
Finalmente fui para a minha primeira corrida de rua com um domingo frio e com pouca chuva. Peguei o Metro e algumas pessoas com as camisetas da corrida entraram também. Desci do metro acompanhando toda a turma uniformizada.
Cheguei e identifiquei a barraca da empresa, tomei café, suco de laranja, comi pão com manteiga. Bolinho também. Muito gostoso.
Fui até a parte de dentro do estádio para pegar o KIT da corrida e colocar o chip. Fui ao banheiro aproveitando que estava dentro do estádio. Ao sair encontrei dois colegas de trabalho.
Escutei a chamada pelo alto falante. Foi dada a largada, dizia o locutor. E eu estava dentro do estádio com os dois colegas. Começamos a correr em direção à largada e o amigo homem correu para largar e a amiga correu para a barraca para tomar uma água antes. Segui a amiga e tomei uma água também.
Com 8 minutos de prova eu e ela largamos. O tempo é contado no momento que você passa pela linha de largada. Começamos contornando a praça em frente ao estádio. A amiga ia trotando e falando e encontrando colegas pelo caminho e falando e trotando e falando e falando.
Quando entrei na Avenida Pacaembú eu decidi separar dela e comecei a correr mais velozmente deixando várias pessoas para traz. Velocidade legal, até estranhei meu desempenho.
Fiz a passagem da avenida para o minhocão por uma subida bem acentuada e peguei um copinho de água num dos postos e descobri como tomar água correndo e descartar o copo na rua. Desperdício e sujeira, mas tudo é recolhido e é assim mesmo que funciona. Temos que desviar dos copos neste trecho.
Na curva de retorno do minhocão na metade da prova vi que tinha feito o trajeto em 29 minutos. Pensei que seria legal fazer a outra metade em mais 29 minutos, quebrando o meu próprio recorde. Se bem que qualquer tempo que eu fizesse eu quebraria o recorde já que nunca corri.
Coloquei o plano em prática e quando saí do minhocão percebi que na Avenida Pacaembú eu tinha um ligeiro problema. Eu me esforçava para correr. Era uma leve inclinação de subida. Ficou explicado porque minha velocidade na ida pela avenida tinha sido tão grande.
Comecei a sentir a musculatura doer muito. Quase cãibras. Parar para alongar e depois prosseguir seria suicídio, nem pensar. Continuei bravamente até na chegada à praça e cruzei a linha de chegada. Banana, laranja, água e medalha finalizaram minha prova, seguidas de massagem na barraca da empresa.
Consegui a proeza em 59 minutos com a média de velocidade de 10 quilômetros por hora. Segundo meus amigos que fazem corridas de rua eu mandei bem. Voltei de Metro para minha casa muito feliz e com cãibras durante todo o trajeto.
E você? Qual o seu desafio, aquele que faz você decidir encarar? Que tal se superar? Tava pensando aqui...

Nenhum comentário:

Postar um comentário