domingo, 8 de novembro de 2015

Tavapensandoaqui sobre minha preferência em não comer peixe

Tavapensandoaqui sobre minha preferência em não comer peixe.

Não gosto de bacalhoada. Bacalhau é peixe? Como você pode ter certeza, se nunca viu uma cabeça de bacalhau? De repente a cabeça do bacalhau não é cabeça de peixe. Isso não significa que não gosto de peixe.
Cação eu gosto. Sanduíche de atum eu como, mas se tiver outro eu prefiro outro. Em Paris nas férias de 2015 depois de consultar o menu em Frances eu escolhi um prato de “macarrão com alguma coisa” no almoço e eu não sabia o que era o complemento.
Apontei com o dedo para mostrar ao garçom. Massa é massa, eu não corro o risco de pedir alguma coisa estranha. Quase me ferrei. Acabou vindo aquele macarrão parafuso com atum. Já pensou se fosse com ostras? Não gosto de ostras mas não tem escamas então não entra na categoria de peixe.
Comi sem problemas sob o olhar desconfiado da mulher e da filha. Também gosto de pescada, pintado, meca, salmão, abadejo entre outros que eu não saberia distinguir. Sabia que badejo e abadejo são dois peixes diferentes? Eu não sabia acabei descobrindo ao ter dúvida de como se escrevia.
Minha cultura sobre conhecimento de peixes é igual minha cultura sobre plantas. Não consigo diferenciar grama de capim.
Também não sei que cara tem o peixe meca, mas comi um churrasco de meca divino uma vez na praia. Meu problema no peixe são as espinhas. Sardinha tem muita espinha, eu não costumo comer. Pescada tem que tirar espinha com cuidado.
Recentemente um filho de uma vizinha perdeu a prova do Enem e algumas provas em seguida no colégio por conta de ficar internado com uma perfuração no duodeno, causada por algo que poderia ser uma espinha de peixe ou palito daqueles que usamos para as carnes enroladas tipo bife a role.
Acho que palito é mais grosso que espinha de peixe, difícil que ele tivesse engolido um palito. Então a culpa é da espinha.
Um amigo quase morreu ano retrasado por conta disso. Ele internou-se com uma infecção que não sabia qual a origem e depois descobriram que uma espinha tinha perfurado uma veia e entrado em sua corrente sanguínea parando em um local próximo ao coração. Foi uma saga com mudança de hospital para descobrir que era esse o motivo da sua quase morte.
Conforme diz a crença popular, a criança que come peixe antes dos 6 meses de idade não engasga, razão pela qual nunca me engasgarei com uma espinha de peixe.
Portanto, apesar de não engasgar, tenho o risco de engolir sem engasgar. E ela pode perfurar o duodeno. Ou ela pode entrar em algum lugar indevido do meu corpo. Não gosto de nada entrando em lugar indevido no meu corpo, muito menos espinha de peixe.
O meu problema é que sou extremamente meticuloso e altamente desconfiado. Não adianta me dizer “pode comer, não tem espinha”. Eu tenho o dom de encontrar uma espinha. Então quando eu vou comer peixe eu corto em pedaços mínimos procurando por uma espinha escondida.
Se prepararem um prato com peixe e ficar alguma espinha, é minha. Rimou. E eu não gosto de comer em pedacinhos minúsculos, que é o caso que eu tenho que fazer ao comer a pescada.
Então, quando eu vou a algum lugar onde tenho a escolha do prato, eu escolho tudo, menos peixe.
E depois me perguntam, mas você não é de Santos? Como não gosta de peixe? Por que você não come bacalhau? Tava pensando aqui...

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