terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma

Tavapensandoaqui que a velhice acalma a alma. Enquanto jovens somos impacientes e impulsivos. Quando a idade vai avançando nos tornamos mais tolerantes e conseguimos ver as coisas acontecendo sem maiores preocupações. Um cliente que eu atendi já faz algum tempo estava na melhor idade e escreveu um livro. Vi o livro sobre a mesa de trabalho dele e ele estava feliz pelo lançamento. Ele já tinha filhos e tinha um sítio onde passava os finais de semana. Deduzi pela minha lógica de programador de computadores que se ele tinha um sítio ele também tinha plantado uma árvore e desta forma o trio de coisas para se realizar na vida estava completo para ele. Ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro são as realizações que temos que fazer nesta vida. Acho que não necessariamente nesta ordem. E não sei quem inventou isso. Pensei comigo que se aquele pé de feijão que plantamos no algodão dentro do copinho valer como “árvore” eu estou quase pronto faltando só escrever um livro. Pé de feijão vira uma baita árvore. Pelo menos foi isso que aprendi lendo “João e o pé de feijão”. Continuando a lógica, se essas crônicas valerem como “livro” então fechei o meu ciclo. Nessa época que conversei com ele eu era o jovem impaciente e impulsivo. Ele era um sábio senhor e me deu um exemplo de como ele se comportava frente à vida. Deu-me o exemplo de uma viagem que fez com o seu filho dirigindo. Disse que antes ele tomava as rédeas da viagem e queria saber tudo. Ele me disse que havia mudado e agora fazia questão de sentar no banco traseiro e apenas olhar a paisagem. Aonde vai o carro, como vai, por onde vai, quando vai chegar, se tem combustível suficiente, se o pneu tá vazio, onde parar para abastecer, comer, eram preocupações que ele não tinha mais. Ele sentava-se e via a estrada e o tempo passar calmamente, sem preocupação. Será que a vida da gente é para ser assim vivida desta forma? Será essa a mudança que vai nos trazer a sabedoria e vai nos trazer a tão sonhada felicidade?  Mas o tema deste pensamento é sobre a velhice. Entendo que sou ainda muito jovem. Preocupo-me ainda com os meus pneus, com o pedágio, com o combustível embora na última viagem de volta a SP eu tenha ficado sem combustível no planalto e tive que sair em São Bernardo em plena Imigrantes às 23:30h para achar um posto e completar o tanque (esse esquecimento é sinal de velhice eu acho). Eu descrevo o trajeto para o taxista fazer. No geral muita coisa ainda me incomoda tais como jovens se levantando para me dar lugar (outro sinal de velhice?). Irritam-me os cachorros latindo de madrugada assim como os feirantes montando suas barracas de madrugada assim que os cachorros param de latir. Irrita-me aguardar o sinal de pedestre ficar verde, trânsito congestionado, ciclovia mal planejada, redução de velocidade nas marginais, Avenida Paulista fechada para os carros aos domingos, veículo em fila dupla, motoqueiros furando semáforos, desemprego, impostos, corrupção, falta de segurança, salário baixo, passeatas diárias protestando contra coisa nenhuma, desperdício de água e energia, inflação. Já falei motoqueiros? Acho que não estou velho não eu continuo impaciente. Mas agora me lembrei que existem velhos ranzinzas que reclamam de tudo. Xiii, tava pensando aqui...

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