Tavapensandoaqui nas repetições de situações cotidianas. Um
amigo perguntou-me como escrevo as crônicas daqui deste espaço. Ele me
disse que gosta muito de ler. Perguntou-me se demora escrever ou é assim
direto. Contei pra ele que algumas acabam saindo bem rápido e outras eu acabo
guardando e esperando uma oportunidade ou então um complemento que faça dar
sentido àquilo que estou tentando passar nas crônicas. Ele então me contou que quando
sai de casa encontra seu vizinho quase sempre, moram em casas bem próximas. Ele
sai para o trabalho de madrugada e encontra o cara. Ele sai para comprar pão e
encontra o cara. Ele volta do trabalho encontra o cara. Volta das festinhas da
nossa família, que são muitas, encontra o cara. Até perguntei para ele se o
cara trabalhava com ele, né, vai que ele não tenha percebido, mas ele disse que
não. E ele me perguntou se esta situação não renderia uma crônica para eu
escrever nos meus pensamentos do #tavapensandoaqui. Eu falei que não, pois eu
não via como escrever sobre um assunto assim. Como é que eu poderia escrever
uma situação destas e transformar em crônica? Se ainda fosse assim algo
diferente como acontecem quase todos os dias comigo quando eu passo por uma
árvore inclinada na quadra seguinte onde eu moro, até que poderia render uma
crônica. Quando vou trabalhar eu viro a esquina da minha casa para ir em
direção ao Metrô e tem um prédio com uma grande árvore em sua frente. A árvore
fica inclinada na direção do prédio e fica um espaço estreito para se passar
pelo local com a cabeça erguida. Para passarem duas pessoas a pessoa menor tem
que passar do lado da árvore e abaixar a cabeça. E não é que toda a vez que
viro a esquina e me deparo com esta passagem pela frente do prédio tem pessoas
vindo pela direção oposta e eu tenho que esperar elas passarem para eu poder
passar? Aconteceu isso hoje, onde um casal (cara alto, mulher baixinha) passou
primeiro enquanto eu esperei para passar. Não dá pra contornar pela rua pois
estacionam carros. E o mais impressionante é que depois de passar a árvore nunca
tem mais ninguém. As pessoas sempre estão passando pela árvore no mesmo tempo
que eu. Não é estranho? Mas uma situação assim tão simples de encontrar o mesmo
vizinho sempre que ele sai de casa ou volta não vai render uma crônica não.
Como é que vou escrever um negócio destes? Acho que é raro acontecer esses
eventos nas vidas das pessoas. Né não? E você? Consegue identificar situações
repetidas no seu caminho diário? Tava pensando aqui...
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